Por meio de sua ficção, nossa existência rememora o sabor do simples ser que cria vida, flui e fixa na nossa mente e movimenta o tempo e o espaço. O personagem avança e cresce aos olhos do leitor, dominando a narrativa que se distribui por engendramento, propiciando uma visão em perspectiva. Essa multiplicidade, em determinados momentos, multifaceta-se, deixando os resíduos de um sussurro, um fiapo de voz. O renascimento das forças, visto sob a perspectiva da condição humana, agora rememorada, apazigua a narrativa. Nesse momento, há o ápice da obra, uma vez que ela assume a permanência pelo sonoro e por tensões, que marcam etapas evolutivas sofisticadas, em que coisas simples são transmutadas em material artístico. Nesse movimento, há o escoar de uma vida que pode ser a vida de todos nós: as mesmas rupturas, os mesmos rituais de passagem, as mesmas angústias... Os sonhos retornam e está-se diante, outra vez, da Primeira Primavera...
Profª MS. Aparecida do Carmo Frigeri Berchior
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